Amazônia dos ladrões

Como morador e defensor da Amazônia e dos povos tradicionais da maior floresta do planeta, que nela vivem, me sinto neste momento na obrigação de dizer que estou injuriado, bravo, com sentimentos belicosos desde priscas eras quando em página dupla no grande jornal de Rondônia, O Jornal da Amazônia, dei uma entrevista ao jornalista Zeca Traca. Pois bem, para simplificar, naquela época tínhamos descobertos que os Estados Unidos haviam lançado na sua rede público de ensino, que a Amazônia pertencia a eles por direito, porque ela era o pulmão do mundo e que os países que a possuíam, não tinham condições de protege-la e, por isso eles viriam tomar conta DA MAIOR FLORESTA DO MUNDO. Fiquei tão indignado  que disse na entrevista e, guardo o jornal em meus arquivos até hoje, que diz na manchete: “Se houvesse invasão ou internalização, eu transformaria a Amazônia num novo Vietnã, montaria um força guerrilheira e não permitiria que nenhum coturno, não fosse das forças armadas do Brasil  poria os pés em nosso solo sem sofrer graves consequências”.
Hoje, vivo numa ilha de mata atlântica no interior de São Paulo, minha terra natal, onde vim curar uma terrível doença da qual estou curado, mas acompanho tudo que se passa na mais linda, úmida e gotejante selva, como disse o JOTATÉ, jornalista e membro da Academia de Letras de Rondônia, meu eterno amigo e guru. Assessores de comunicação do IMPA de Manaus, órgão sério e bem adaptado a este trabalho, deram um número assustador para o desmate do ano passado para cá. Todavia, o Governo Central  nada faz para proteger verdadeiramente a Amazônia, o pulmão do mundo, desmentiu o IMPA e ainda deu números diferentes, querendo tapar o sol com a peneira. E   recentemente, em Rondônia, onde já destruíram a Reserva Bom Futuro, com beneplácito da Igreja católica e de Associações Rurais,  além da invasão e mortes provocadas por grileiros que recentemente invadiram até uma reserva, que sempre foi intocável, a de Paacas Novos. Incrível o que grileiros, madeireiros e grupos financiados por associações fazem para destruir a Amazônia.
Quando ainda em Porto Velho tive uma longa conversa com o Bispo Dom Moacir Greggi (já morreu) disse  que ele apoiava uma cambada de invasores financiados pelo MST. Além disso, falei  que a Igreja Católica, na Amazônia, tinha dois projetos distintos: u m bom outro ruim.
O bom é do CIME que ajuda evangelizar os povos tradicionais das florestas, porém, o segundo trabalho da Igreja eu não aprovo até hoje, ou seja, de implantar colônias agrícolas na floresta. Para isso, tem de derrubar a mata e também sou radicalmente contra até o Plano de Manejo, por que o IBAMA não tem como fiscalizá-lo, apesar dele ser bom para proteger a Amazônia. O mundo está enfermo, na UTI,  por causa do efeito estufa. Sem a Amazônia, ele não terá como sobreviver, por isso venho lutando há anos para que o Governo Federal faça um Decreto-Lei: “DESMATE ZERO JÁ”.
No Estado de Rondônia, início da década de 70, fui chefe da Segurança do Grupo Paranapanema. Recém dado baixa do Exército, fiquei quatro anos nesta função viajando quase diariamente com o comandante Sedney num Seneca II para as minerações de Mato Grosso, Amazonas e Rondônia, apaziguando garimpeiros em levantes nas minerações. Foi uma luta árdua, trabalhava sozinho, mas aprendi muito.Depois voltei aos jornais. Me sai bem pois fui bom foquinha nos jornais de São José do Rio Preto, na A Notícia e no Correio da Araraquarense. Era jovem mas filho de pai culto e trabalhei 12 anos no melhor escritório de advocacia na época com o dr. Geraldo Fortes, até me formar e ser levado para o Exército em Brasília por ser insubmisso e refratário.
Saindo da área de segurança pública onde participei da redação do estatuto da Polícia Militar, criada em setembro de 75 e da Academia de Polícia Militar, fui assessor do Superintendente do INCRA Renato Rodrigues,  que caiu numa desgraça administrativa porque acreditava em seus assessores e assinava todos os despachos sem lê-los. Me lembrei também que as polícias Civil e Militar de Rondônia não tinham símbolos, por isso com  o apoio do comércio local consegui vários prêmios e o Secretário de Segurança Pública do Estado, já vendo que eu havia colocado o carro diante dos bois, não comunicando-o  em primeiro lugar e a imprensa me prestigiando, ele foi obrigado a baixar um requerimento me nomeando presidente da comissão e também o saudoso Luiz Glaissman como vice-presidente para me orientar nos termos jurídicos tanto na Polícia Militar como na  Civil hoje as instituições têm seus símbolos.
Depois que deixei a área de segurança pública  fui para Rondônia assessorar o INCRA com o objetivo de  assentar centenas de famílias sulistas nas cidades de Apui e Santo Antônio do Natupi, na transamazônica depois de Humaitá, uma linda cidade à beira do rio. Depois disso assessorei no Incra Raul Jungmam (hoje ministro de Segurança), que me oportunizou fazer quatro Seminários sobre Assessoria de Comunicação Social em Brasília e dois Congressos Brasileiros em São Paulo.
A minha luta, no entanto,  para DESMATE ZERO da selva amazônica continua e conto com a ajuda de todos que lerem o meu blog.. VOU! fUI! iNTÉ!

Santa Tambura da Amazônia

 

Perdoa minha Santa Tambura da Amazônia,
A burrice dos governantes
E dos parlamentares também...
Castigue os grileiros, os madeireiros, os garimpeiros e
Os fazendeiros e graneleiros também...
Proteja os moradores tradicionais das selvas,
Os índios, ribeirinhos, caboclos e extrativistas...
Proteja a rica flora e a rica fauna...
De traficantes e falsos patriotas...
Proteja o Mapinguari, o curupira e o rei da mata
Proteja suas lendas, contos e mistérios...
Proteja Santa Tambura os Quilombolas
E os viajantes dos rios, lagos e igarapés...
Proteja a arara azul e a vermelha também
Não apague dos ouvidos dos seringueiros,
O som maravilhoso do uirapuru...
Proteja também o Urumará que está em extinção...
Proteja as madeiras de lei que são abatidas
Diariamente ilegalmente e vendidas do mesmo jeito...
Proteja a Amazônia toda minha querida Santa Tambura
Proteja as nascentes e as matas ciliares dos 
Demais rios e nascentes antes que a morte
Assole o Brasil e o Planeta em busca por água...
Acode os seringueiros e seringalistas...
O Sissi e o Zé Praxedes também!
E não esqueça do pajé Miratinga e do
Tuxuauá Gay que defendem a redondeza...
Proteja a Amazônia com ferro e fogo minha santinha,
Antes que vire um caos e o mundo se acabe de vez!
Salve Santa Tambura a Amazônia...
E proteja o Planeta...
Por isso, vos peço Santa Tambura, decrete
O DESMATE ZERO, JÁ!